Não planejar o capital de giro é um dos principais problemas que levam empresas à falência. Esse recurso custeia a continuidade das operações, ou seja, a reposição do estoque e o pagamento de despesas, de fornecedores, de mão de obra e de impostos. Em outras palavras, sem esse valioso ativo, o negócio para.
Ter um capital de giro saudável está muito relacionado a políticas bem definidas de prazo médio de pagamento (impostos, fornecedores e despesas) e prazo médio de recebimento (contas a receber de clientes e gerenciamento de estoques). Quando usados de modo inteligente, o gestor consegue aprimorar seu capital de giro. Entenda como!
Qual a relação entre o capital de giro e o prazo médio de recebimento e pagamento?
Para entender melhor o que é prazo médio de pagamento e de recebimento, é importante compreender o fluxo do seu capital ao longo do processo de compra e venda:
compra da mercadoria;
armazenado em estoque para venda ou processado para transformar-se em um produto;
pagamento do fornecedor;
venda do produto;
recebimento do valor do produto.
Como você pôde perceber, nesse trajeto, recebe-se o valor investido inicialmente somente após o pagamento ao fornecedor. Esse processo pode variar, mas ele é sempre mais simples quando a venda é à vista, afinal, você já recebe o montante no ato da compra, restabelecendo na hora seu capital de giro.
A situação se complica quando o pagamento do consumidor ocorre a prazo. Nesse caso, você fica sem o produto em estoque e vai receber o valor para restituir seu capital de giro somente semanas ou meses depois. Considere um exemplo prático.
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Vitor é o dono de uma loja de bicicletas. Com um capital de giro de R$ 5.000, ele montou 10 bicicletas. Vítor venderá cada produto por R$ 1.000. Isso significa que ao, negociar todas, ele dobra seu capital de giro, certo? Dessa forma, se ele repassar 5 bicicletas à vista, ele já restabelece seu capital de giro. Mas, se vende 9 parceladas em 3 vezes e apenas 1 à vista, ao fim do processo ele terá:
R$ 1.000,00 em caixa;
R$ 9.000 como promessa de recebimento divididos em 3 vezes (30 dias + 60 dias + 90 dias).
Isso significa que ele terá apenas R$ 1.000 para repor o estoque e lidar com outras despesas. Se as 10 bicicletas tivessem sido vendidas a prazo, Vítor ficaria com o negócio congelado, pois não teria nenhum dinheiro para comprar e vender.
Acontece que a venda a prazo é uma necessidade como forma de facilitar o pagamento e ganhar vantagem competitiva. Se você conseguir ter um prazo maior para pagar seus fornecedores, então haveria mais tempo para receber os pagamentos das vendas e assim restituí-los. É aqui que entra o prazo médio de pagamento e de recebimento.
O que é prazo médio de pagamento?
O prazo médio de pagamento (PMP) revela a média de dias em que sua empresa demora para pagar seus fornecedores. Então, quanto maior seu prazo médio, melhor será para seu caixa, pois dará tempo de você comprar e vender e ter o retorno do capital para honrar com suas despesas e restituir o fornecedor.
Aprenda a calcular
Para entender o cálculo, vamos considerar os fornecedores do Vítor:
O fornecedor com maior valor aqui é a Bike Peças Ltda e seu prazo é o maior, ao passo que o Ronny Parts Bike Ltda deu apenas 20 dias para restituir os R$ 1.500,00. Assim, o prazo médio de pagamentos deve levar em conta essas variáveis seguindo a seguinte fórmula:
PMP = Soma de (prazos em dias x valores) / soma de todos os valores
PMP = (5.000 x 61) + (1.500 x 20) + (850 x 46) / 5.000 + 1.500 + 850
PMP = 305.000 + 30.000 + 39.100 + 84.000 / 7.350
PMP = 458.100 / 7.350
PMP = 62,32
Assim, Vítor tem um prazo médio de pagamento de 62 dias. Nesse caso, o fato de o maior valor ter também o maior prazo impactou de forma muito positiva. Quanto maior for essa média, melhor para o seu caixa, ok?
O que é prazo médio de recebimento?
Agora vamos ao prazo médio de recebimento (PMR). Ao contrário do PMP, queremos a menor média possível. Embora ter um prazo maior seja bom para o cliente, não será positivo para o seu capital de giro.
Aprenda a calcular
O cálculo é o mesmo. Lembrando apenas que deve basear-se na data que o valor foi de fato pago, não no prazo previsto. Vamos à prática:
O cálculo fica assim:
PMP = Soma de (prazos em dias x valores) / soma de todos os valores
PMR = (31 x 1.700) + (61 x 2.500) + (15 x 450) / 1.700 + 2.500 + 450
PMR = 52.700 + 152.000 + 6.750 / 4.650
PMR = 211.450 / 4.650
PMR = 45,47
O prazo médio de pagamento aqui é de 45 dias. Mas, agora que Vítor tem esses números em mãos, o que isso significa para ele? Vamos ver como interpretar esses dados.
Como tomar decisões a partir dessas métricas
Como vimos, o ideal é que o PMP seja mais elevado e o PMR menor, ou seja, fazer o dinheiro entrar mais rápido a fim de cumprir as obrigações com os fornecedores. Se o prazo de recebimento for menor do que o de pagamento, como no exemplo do Vítor, a situação está folgada — ele precisa pagar os fornecedores dentro de 62 dias, em média, ao passo que recebe os pagamentos por volta de 45 dias após a venda.
Se o caso fosse o contrário, então seria mais complicado. Por exemplo, uma empresa que tem um PMP de 15 dias e um PMR de 25 precisa ter capital suficiente para custear o negócio por 10 dias. É nessa hora que é necessário tomar algumas medidas para melhorar seu capital de giro por do controle de prazos. E isso inclui:
criar promoções, descontos e outros tipos de incentivos para motivar os clientes a pagar de modo antecipado;
negociar melhores prazos com fornecedores, ou procurar fornecedores que ofereçam condições mais favoráveis;
criar estratégias para controlar a inadimplência, como uma análise de crédito mais eficiente.
Somente tendo um controle financeiro bem aprimorado é possível aumentar seu faturamento, conseguir financiamentos ou investimentos. E nessa equação, torna-se crucial gerenciar com excelência o prazo médio de pagamento e de recebimento. Essa uma das chaves para melhorar seu capital de giro.
Por: Nexoos – Portal Money Times
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