O que os filmes que concorrem ao Oscar ensinam sobre finanças?

Vale conferir o que eles podem ensinar, além do entretenimento que garantem.



O que filmes como “A forma da água”, “Corra” ou Dunkirk têm a ensinar sobre finanças pessoais? Surpreendentemente, muita coisa, de acordo com uma análise do aplicativo de finanças GuiaBolso, que fez um resumo dos pontos que podem ser usados no controle do orçamento ou nos investimentos em cada produção.

1- “Corra”

O fotógrafo Chris é convidado a passar um fim de semana na casa de campo da família de sua namorada para conhecer os pais da pretendente. O jovem é negro e a família a família caucasiana, o que de início gera um receio em Chris de ele não ser aceito. Ao chegar, porém, todos o tratam muito bem, até demais. Ao encontrar outras pessoas negras agindo de maneira estranha, como se tivessem passado por uma lavagem cerebral, Chris começa a perceber sinais de que algo está errado. Era uma armadilha!

E qual é uma das maiores armadilhas das finanças? Se você lembrou do cheque especial, é isso mesmo. Essa modalidade de crédito é fácil de contratar e difícil de sair. Bancos geralmente te dão um limite muito alto e algumas pessoas até se confundem achando que aquele valor está disponível na conta e que pode ser usado sem custo. Na verdade, é a corda para o consumidor se enforcar. A dica para o cheque especial, assim como no filme, é: Corra!

2- “Três anúncios para um crime”

Forte concorrente ao Oscar, o filme relata a luta de uma mãe em busca de justiça para sua filha, morta e violentada há alguns meses. Mildred faz anúncios em três outdoors da cidade para provocar a polícia local – preguiçosa e lenta – a ir atrás do criminoso.

Do filme, saem pelo menos duas lições. A primeira é a importância de ter reservas. Quando decide alugar os outdoors por um ano, Mildred vende alguns bens para conseguir pagar o primeiro mês. No segundo mês, quase não consegue honrar o contrato, mas recebe uma ajuda de um desconhecido. Na vida real, a ajuda de desconhecidos (e sem custo) é muito difícil de ocorrer. Por isso, tenha reservas para arcar com imprevistos.

No longa, conhecemos Dixon, um policial preconceituoso, violento e que comete injustiças. Esse personagem se transforma radicalmente até chegar ao final em que está ajudando Mildred. Nas finanças, também se permita mudar com o tempo. Quando jovens, costumamos ter um perfil de investimento mais agressivo, mas sempre reveja sua carteira para avaliar se não está na hora de fazer uma mudança.

3- “A forma da água”

Muitas pessoas ficam petrificadas diante do novo. Não é o caso de Elisa, faxineira de um laboratório que conhece uma forma estranha, aquática, diferente de tudo o que haviam descoberto até ali. Enquanto alguns optam pelo caminho fácil de matar o ser e outros preferem não opinar, Elisa aos poucos se aproxima, chegando ao ponto de se relacionar com a forma.

O filme nos traz algumas lições. Uma delas é a importância da rotina. Dia após dia, Elisa faz as mesmas coisas, leva a mesma comida (ovos cozidos) e bate o ponto no trabalho. A rotina para Elisa é importante tanto para estabelecer confiança com a criatura (que também possui medo do ser humano) quanto fingir que não tem nada a ver com os acontecimentos que se desenrolam, seguindo sua rotina diante de seus superiores. Nas finanças, a rotina faz você ganhar novos hábitos. Com isso, fica mais fácil economizar, investir sempre uma mesma quantia ou mesmo separar um tempo para se informar constantemente.

4- “Lady Byrd: a hora de voar”

Christine “Lady Bird” quer voar para fora da sua cidade (a pacata Sacramento), para longe dos seus pais e de sua mãe, implicante e crítica. A garota presta vestibulares de faculdades em Nova York. Enquanto os resultados não chegam, ela vivencia várias experiências amorosas (muitas desastrosas) e no fim ela percebe que seu lugar realmente não era em Sacramento, mas uma parte dela pertence àquela cidade.

Para as finanças, a lição que fica é conhecer seu perfil. Em uma associação principalmente à série de tentativas e erros com namorados, podemos aprender que antes de sair fazendo diversos investimentos é preciso entender o que você busca, saber seu conforto (ou não) em correr riscos e seus objetivos. Não é fácil achar uma carteira de investimentos ideal (ou a cidade dos sonhos, ou ainda o namorado perfeito), mas a busca fica mais fácil se você se conhecer

5- “The Post, a guerra secreta”

Quem tem informação sai na frente, nas finanças e no filme. Este longa conta a história de como o Washington Post saiu de um status de jornal local para uma publicação nacional nos EUA, após conseguir um furo jornalístico. Nas finanças, a informação é essencial para que o investidor faça as melhores escolhas e, no caso das ações, saia na frente e consiga aplicar com o mercado ainda em baixa.

Outra lição que se tira do filme é o trabalho em grupo. Para conseguir a publicação, várias pessoas do jornal se envolvem no caso: da proprietária até os funcionários que embalam o jornal a tempo de ir para as bancas. Todos são imprescindíveis para que tudo ocorra bem. O mesmo vale para as finanças. Não adianta abraçar o mundo! Ter serviços (como coaching ou consultores financeiros) e empresas (corretoras, robôs de investimentos, aplicativos financeiros, etc) que trabalhem pro seu bolso, objetivando uma mesma meta, é fundamental para que o investidor consiga o sucesso financeiro.

6- “Me chame pelo seu nome”

O filme conta a história de amor entre um adolescente de 17 anos, em sua fase de descobertas amorosas, e um adulto de 28 anos, amigo do pai do garoto, que passa um verão hospedado na casa da família. O jovem começa a sair com uma garota de sua idade nesta busca por novas experiências, mas não se fecha para vivenciar um romance com alguém do mesmo sexo e mais velho.

Para as finanças, vale a mesma regra: não se feche no tradicional. É importante em sua carteira de investimentos conhecer novos produtos e agregá-los à sua rede. Um investimento diversificado diminui o risco da sua carteira. Além disso, permite que o investidor se conheça melhor e consiga definir quais produtos têm a ver com o seu perfil.

7- “O destino de uma nação”

Filme com temática política que mostra a atuação do primeiro-ministro Winston Churchill no início da Segunda Guerra Mundial. Churchill, que teve um papel fundamental no desenvolvimento político e econômico da Grã-Bretanha, chegou ao posto de primeiro ministro já em uma idade avançada. No começo do filme, ele se lamenta de não ter sido escolhido antes.

“Então já vamos à primeira lição: nunca é tarde para encarar desafios”, diz o GuiaBolso. Nunca é tarde para organizar as finanças, sair de uma dívida, ou mesmo começar a investir. Obviamente, o tempo conta a favor, então quanto antes o consumidor agir, melhor para o bolso. Mas, diante de um problema financeiro, nunca adie a solução achando que sua chance já passou.

O filme também mostra um Churchill resistindo à pressão de fazer um acordo com Adolf Hitler visto que a Alemanha estava ganhando a guerra. Mesmo que suas finanças se encontrem no vermelho, não ceda à pressão de contratar mais cheque especial ou rotativo do cartão. O único acordo que você deve fazer nesse casos é de renegociação, e não de ceder a ter mais limites.

8- “Dunkirk”

Segundo o GuiaBolso, são mostrados vários aspectos de uma guerra que ocorre no ar, na terra e no mar. O filme conta a história de três grupos diferentes tentando sobreviver e lutar durante a Segunda Guerra Mundial. Nas finanças, também não vale olhar só um lado da moeda. Quando se fala em equilíbrio financeiro, muitas pessoas associam a cortar gastos, usar menos dinheiro do que se ganha. Além deste aspecto de fluxo de caixa positivo, não se pode deixar de lado as dívidas e investimentos. Tudo caminha junto: se vencer apenas uma destas batalhas, sua guerra não estará ganha.

Além disso, em terra, o filme relata o desespero de Tommy tentando escapar de uma praia cercada por inimigos. A obstinação do garoto é surpreendente e também vale a reflexão para as finanças: quando se tem uma meta você deve tentar de tudo para atingi-la.

9- “Trama Fantasma”

Um estilista consagrado vê sua vida transformada após conhecer uma jovem garçonete, que se torna sua musa e amante. O filme mostra a personalidade difícil do profissional, que não aceita opiniões, não gosta de ser interrompido, entre outras situações. Também aponta para um certo vício do estilista pelo trabalho. Ele chega a acordar no meio da noite para trabalhar nas medidas de sua musa. No fim, todo esse radicalismo leva pessoas a se afastarem dele.

Empenho é preciso nas finanças, mas atitudes drásticas tendem a ser prejudiciais. Recomenda-se sempre cortar gastos, mas se a pessoa possui grande prazer no cafezinho diário e corta esse prazer para economizar, pode ser que, quando resolver ter um gasto, esse consumidor exagere, para manter a sensação de que “todo o esforço precisa ser recompensado”. Nem 8, nem 80. Vale o bom senso nas finanças: em alguns cortes vale a pena diminuir a frequência, mas não extinguir o consumo ou o prazer por completo porque isso causará mais frustrações do que realizações ao consumidor.

Mais cinema com finanças

Esses são filmes que não tratam diretamente de dinheiro. Mas há outros para ajudar quem quer conhecer um pouco do que acontece nos mercados em ritmo de suspense, tragédia ou comédia.

Por exemplo, “Trocando as bolas”, de 1983, traz de forma muito engraçada o ambiente dos mercados futuros de commodities dos Estados Unidos. Mostra também, de forma caricata, o vício em apostas dos que trabalham nesses mercados e como o dinheiro e o sucesso mudam a vida das pessoas. E ironiza também a manipulação dos mercados, que leva os impagáveis Eddie Murphy e Dan Aykroyd e cometer barbaridades para denunciá-la.

Mais sério, há o thriller “Wall Street, Poder e Cobiça”, de 1987, em que Michael Douglas envolve Martin Sheen (antes das drogas e das mulheres) em um esquema de uso de informações privilegiadas. A continuação, “Wall Street, O Dinheiro Nunca Dorme”, de 2010, tenta retratar os novos donos do poder no mercado financeiro.

Mas fundamental mesmo é “O Mago das Mentiras”, de 2017, com Robert De Niro, que conta a história de Bernard Madoff, que enganou os homens mais ricos dos Estados Unidos com um esquema de pirâmide financeira que durou décadas e resultou em um prejuízo de US$ 50 bilhões. A forma como ele convencia os bilionários americanos a pedir para investir em seu fundo, que não aplicava em nada, chegando ao ponto de ser escolhido como presidente da bolsa eletrônica Nasdaq, mostra como é fácil enganar as pessoas com planilhas e números. Mostra também como os reguladores não conseguem evitar todas as fraudes, e que o investidor tem de precaver e saber no que aplica seu dinheiro.

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